Saúde: Como prevenir e tratar a asma brônquica A asma brônquica é uma doença crônica incurável das vias aéreas respiratórias, porém tratável e que afeta todas as faixas etárias. Apresenta alta prevalência, que é a proporção de casos existentes numa determinada população, alta morbidade, que é a capacidade de causar doença incapacitante e alta mortalidade em todo o mundo, que é a possibilidade […]

A asma brônquica é uma doença crônica incurável das vias aéreas respiratórias, porém tratável e que afeta todas as faixas etárias. Apresenta alta prevalência, que é a proporção de casos existentes numa determinada população, alta morbidade, que é a capacidade de causar doença incapacitante e alta mortalidade em todo o mundo, que é a possibilidade de levar o seu portador ao óbito por graves complicações associadas.

O desenvolvimento da asma decorre de fatores ambientais e fatores genéticos, uma vez que pessoas com casos de alergia na família tem uma predisposição genética maior ao desenvolvimento da doença.

Na asma brônquica ocorre uma inflamação difusa das vias respiratórias, desencadeada por diversos estímulos deflagradores, como mofo, poeira, baixas temperaturas, exercício físico intenso, estresse emocional, pêlos de animais de estimação, poluição do ar, alguns alimentos que se tenha alergia, medicamentos que se tenha alergia, agentes químicos em ambiente ocupacional, etc.

Essa inflamação gera o acúmulo de muco nos brônquios e bronquíolos, que são os locais por onde o ar passa para chegar aos pulmões, que ficam com as paredes edemaciadas e isso resulta na diminuição da luz dessas estruturas, reduzindo muito o espaço por onde o ar oxigenado precisa passar.

Os sinais e sintomas envolvem respiração acelerada por falta de ar, tosse seca ou produtiva, opressão no peito e aparecimento de chiado ou sibilos nos pulmões. Nos casos mais graves, pode ocorrer cianose nas extremidades, que nada mais é do que dedos e lábios roxos.

O diagnóstico é feito com base na história clínica, especialmente na recorrência das crises de broncoespamo, no exame físico e nos testes de função pulmonar (Espirometria ou Prova Completa da Função Pulmonar). A maioria dos casos é diagnosticado na infância.

História familiar da doença, histórico de alergias, obesidade, baixo peso ao nascer e doença do refluxo gastroesofágicos são os fatores de risco para desenvolvimento da Asma.

Prevenção e controle são a chave para impedir que os ataques de asma comecem. As medicações de uso contínuo servem para minimizar a sensibilidade e a inflamação as quais os brônquios da pessoa asmática estão sujeitos, fazendo com que os pulmões reajam com menos intensidade aos agentes irritantes, como poeira e ácaros. Pessoas que não realizam o tratamento contínuo adequadamente acabam deixando cicatrizes em seus brônquios, que podem tornar o quadro irreversível.

Nessas situações, mesmo com altas doses de medicamentos não é possível o controle da asma, resultado do não uso da medicação durante anos. Diferente dos broncodilatadores, que apenas revertem o quadro de contração do brônquio, os medicamentos contínuos inalatórios à base de corticosteróides funcionam para evitar que essas reações aconteçam.

Portanto, a Asma pode ser tratada por medicações orais e medicações inalatórias. Nas crises mais intensas há necessidade de atendimento em emergência para realização de nebulização, uso de oxigênio via cateter nasal ou associado à nebulização e uso de medicações injetáveis.

As complicações da asma podem ser graves. Algumas incluem:
*Capacidade reduzida de se exercitar e tomar parte em outras atividades;

  • Falta de sono devido a sintomas noturnos;
  • Alterações permanentes no funcionamento dos pulmões;
  • Tosse persistente;
  • Dificuldade para respirar que requer ajuda na respiração (ventilação);
  • Hospitalização e internação por ataques severos de asma;
    *Efeitos colaterais de medicações usadas para controlar a asma;
    *Desenvolvimento de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica e
  • Óbito.

As crises de Asma podem ser controladas através do uso contínuo de medicações, seguimento médico regular e controle dos fatores ambientais, especialmente no ambiente doméstico. Mofo, pelos de animais, insetos, ácaros e poeira domiciliar devem ser cuidadosamente eliminados.

É importantíssimo que a roupa de cama seja lavada semanalmente e secada ao sol. Também é recomendado o uso de fronhas e capas de colchão antiácaros, que diminuem a possibilidade de crises. Podem ser usados até produtos de limpeza que matam os ácaros, mas nunca na presença do asmático. O carpete deve ser substituído por outros tipos de piso, tapetes devem ser retirados do quarto e umidificadores devem ser banidos, já que a umidade favorece o aparecimento de alguns alérgenos. Evite cheiros fortes, invista na vacina contra a gripe, entre em forma, cuide do pet, agasalhe-se e não entre em contato com o cigarro.

Controlar as crises de asma é muito importante para a manutenção da saúde, oferecendo uma melhor qualidade de vida ao seu portador.

Dra. Sandra Castello Branco L. Cavalcanti
CRM/BA 12.543
Graduada em 1995 pela Universidade Federal da Bahia

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