Lem: Violência à mulher. Conheça os vários tipos de agressão à mulher. Na tarde da terça feira (28) Adê cerrado foi até a secretaria de segurança conhecer de perto o PROJETO BORBOLETA, para abordar um tema polemico que vem sendo registrados inúmeros casos de agressão a mulher no site cerrado em foco. Dando inicio a entrevista, Adê cerrado esteve junto com a Dra. Flávia Rizkalla – Coordenadora […]

Na tarde da terça feira (28) Adê cerrado foi até a secretaria de segurança conhecer de perto o PROJETO BORBOLETA, para abordar um tema polemico que vem sendo registrados inúmeros casos de agressão a mulher no site cerrado em foco. Dando inicio a entrevista, Adê cerrado esteve junto com a Dra. Flávia Rizkalla – Coordenadora do programa borboleta, com a Deise Garcia Bisato – Advogada do programa borboleta e Bruna Andrade – Estagiária de psicologia.

Adê Cerrado – Qual o tipo de agressão? Quando a gente fala de Maria da penha, existe apenas a agressão física ou o que caracteriza a agressão junto à mulher?

Deise Garcia – Olá boa tarde, primeiramente agradecer aqui o convite seu, e já entrando na pergunta existem vários tipos de agressões. A agressão contra a mulher muitas vezes se pensa só em tapas que seria da agressão física, mas não, além disso, as outras formas de agressão como a violência patrimonial, a violência psicológica e violência moral. Todos esses são outros tipos de agressão que as vezes causam até mais sofrimento a mulher do que a própria agressão física

Adê Cerrado – Doutora quando a mulher decide fazer essa reclamação junto a justiça ela precisa entender que essa agressão física dela no final inicia por outros tipos de agressão, como xingamentos, como humilhação. Como que ela pode fazer pra detectar que realmente ela está passando por um processo de agressão moral e de agressão psicológica?

Deise Garcia – sempre fala que a palavra chave pra questão da agressão é o respeito, a partir do momento que a mulher tá sendo tratada com respeito não há agressão e não há violência. Se ultrapassar aquela linha do respeito que a gente fala, se as discursões deixaram de serem meramente discussões, pra virar realmente xingamentos, humilhações se tem essa conotação de colocar ela pra baixo, de humilhar, isso já fugiu da discursão pra virar uma própria agressão verbal mesmo. E assim a gente vai,  a questão patrimonial mesmo quando tá limitando, começa a quebrar celular, começar a quebrar as coisas dentro de casa, tudo que ultrapassa essa questão do respeito é uma forma de agressão e ela pode sim já denunciar antes de chegar a agressão física. Embora a grande maioria de atendimento nossos já tenha chegado nessa questão, elas só vão mesmo estatisticamente falando, a maioria só vai a delegacia, só chega a essa questão da denúncia quando já foi pra agressão física, pra ameaças, quando esta em uma situação bem gritante mesmo.

Adê Cerrado – Existe algum número de mulheres que denuncia antes de chegar à agressão física, só pela agressão moral, só por xingamentos? Existe algum tipo de dados sobre isso hoje aqui em Luís Eduardo Magalhães

Deise Garcia – Não. Dados a gente não tem, mas que existe, existe. Tem mulheres que já chegaram aqui falando da própria questão da violência psicológica, porque muitos homens antes de bater, de agredir  fisicamente eles xingam, eles humilham, elas colocam ela nessa situação de inferioridade e a gente já atendeu casos nesse sentido sim mas como eu disse, a minoria.

Adê Cerrado – Dra. Deise só pra gente ilustrar aqui, quando eu vou lá fazer uma denúncia, antigamente era muito comum a mulher fazer a denúncia voltar pra casa e se arrepender e tirar essa denúncia. Como que funcionam os trâmites hoje quando essa denúncia acontece?

Deise Garcia – Isso foi uma alteração da lei Maria da penha, que antes a denúncia era que a gente chamava de ação pública condicionada, o quê que é isso, pra dar esse segmento do processo do inquérito dependia da queixa da vítima que falava há ela foi lá e depois tirou a queixa, encerrou, e por causa disso teve essa alteração na lei Maria da penha e atualmente o crime de violência contra a mulher ele é um crime, uma ação pública in condicionada, ou seja, independe dessa queixa. Então, tendo denúncia a polícia vai atrás e uma vez que a própria vítima também a mulher foi lá e registrou o boletim não existe dela se arrepender e ir lá retirar, dado início a polícia vai até o final com inquérito independente da vontade dela ou não.

Adê Cerrado – Nós sabemos que a convivência em casa quando ela não está boa ela leva a esses passos, neste caso um vizinho pode denunciar? Muitas vezes a mulher hesita em fazer essa denúncia, nesse caso um parente, um familiar, um vizinho pode fazer essa denúncia e vai ser acolhida aí pela justiça?

Deise Garcia – Não só pode como deve, a gente tem casos de vizinhos que realmente salvaram vidas, a alteração da lei foi exatamente nesse sentido, porque muitas mulheres são tão agredidas e são tão vítimas, estão tão fragilizadas que elas não têm força nem pra reagir, pra chegar e denunciar e um vizinho que vê uma amiga que sabe que tá tendo essa situação de violência com alguém, uma amiga, uma vizinha não só pode como deve denunciar. Você pode salvar a vida dessa mulher.

Adê Cerrado – Gostaria agora de conhecer com a doutora Flávia Rizkalla, pudesse falar agora para nós o que tem de apoio no Programa Borboleta, o que é programa? Para que as pessoas entendam qual o tipo de serviço que vocês prestam a sociedade.

Dra. flavia Rizkalla – Muito obrigada pela oportunidade, mais uma vez o programa borboleta aqui no programa, então programa Borboleta foi criado em março 2017 assim que nosso gestor Oziel assumiu e a intenção do programa é dá suporte a todas as mulheres em situação de violência de todos os tipos de violência como a doutora Deise falou, a violência física, sexual, psicológica, moral e patrimonial e ai você perguntou a ela sobre um dado, se tinha uma estatística de queixa de violência psicológica. Muitas mulheres chegam para gente e nem sabem que o que elas vivem é uma violência tanto psicológica, como Moral ou patrimonial, Tem aquela mulher que trabalha o mês inteiro e tem que entregar o dinheiro ao marido, isso é uma violência patrimonial. E a violência psicológica, é ridicularizada, ele a chama de louca, de vagabunda, isola ela pra não ter contato social nem ter contato com a família. É caluniada, fala que ela tá traindo, que ela tem outros machos (ele fala nestes termos) já é uma forma de humilhação, isso já é uma violência e ele pode ser preso por essa violência uma violência moral elas sofrem tudo isso ela pode procurar a delegacia de polícia.

Adê Cerrado – Qual que é o primeiro passo pra que a mulher possa reconhecer que ela está sofrendo esse tipo de violência já em sua casa?

Dra. Flavia Rizkalla – A mudança de comportamento do companheiro, se seu companheiro era de um jeito e se transforma e começa a agredir, insultar e começa a agredir os filhos também, ela já pode ficar em alerta porque o próximo passo é esse.  Sobre as mulheres, de como elas são atendidas no programa, elas são atendidas no momento da entrada na UPA. Nós funcionamos no sobre aviso todos os dias e no final de semana, porque no final de semana, porque é onde tem mais droga, mais bebida, é o tempo que a família fica mais junto, não tem a questão do trabalho e essas mulheres dando entrada na UPA automaticamente às vezes até antes do atendimento médico a nossa equipe chega. Sempre tem umas de plantão no final de semana elas podem procurar também diretamente aqui no programa na secretaria de segurança pública ou muitas vezes ela também vem indicada pelo DISEP, pelo fórum e pelo ministério público.

Adê Cerrado – Pras mulheres que nós estamos falando, agora que começaram a pensar sobre a relação dela dentro de casa é preciso primeiro ela fazer uma denúncia. Lá ela pode procurar primeiro projeto pra que vocês possam orientar pra que ela tente mudar essa situação e viver uma vida mais digna?

Dra. Flavia Rizkalla – Não. Ela pode vim direto ao programa, às vezes nem cabe denúncia porque às vezes é só uma briga, às vezes só é uma separação de eles querem fazer o divórcio, (aqui não faz ) mas aqui a gente orienta e encaminha toda nossa rede de atuação que é o nosso núcleo jurídico que é o CRAS, que é o CREAS. Então toda mulher que sai daqui, toda mulher que entra aqui, ela sai informada e encaminhada pra algum desses órgãos.

Adê Cerrado – Qual que é a importância da mulher reconhecer e passar a mudar a realidade dela, como que você vive na sua casa sendo agredido verbalmente e o tudo isso leva ao final agressão física então o quê que ela pode fazer para ela mudar essa vida dela.

Dra. Flavia Rizkalla –  Ela tomar uma atitude. Ela não achar que vai morrer sem ele, porque muitas vezes o quê que acontece a gente já teve mulheres que chegou aqui com os filhos com a roupa do corpo e com documento e disse eu vou embora sem olhar para trás e ela foi embora. Foi embora e hoje mora muito longe, nos dá notícia e até o tom de voz dela no telefone é diferente, (ela já me disse diversas vezes aqui, eu tenho paz parece que mandou a foto parece que ela é mais bonita por quê, porque ela se livrou, ela mesmo disse a primeira noite que ia dormir sem viver aquelas agressões eu dormi uma noite de sono que eu pareço uma criança)

Adê Cerrado – Na verdade essas agressões elas são construídas ao longo desse relacionamento e muitas vezes eu como não acompanho tanto quanto vocês, mas conheço alguns relatos que a mulher não identifica essa agressão. Gostaria que você pudesse falar pra gente sobre quando ela chega aqui com esse problema o atendimento que é feito e atenção que é dada a ela, para que ela possa começar a reconstruir sua vida?

Dra. Flavia Rizkalla – Primeiro passa por um acolhimento, onde a gente escuta sem julgamento nenhum, que ninguém tem o direito de julgar, ela tem acompanhamento psicológico, acompanhamento social, a acompanhamento médico e orientação jurídica com a Dra Deise e nós acompanhamos até a DISEP e participamos também da oitiva quando o Dr Leonardo nos solicita.

Adê Cerrado – É muito importante o projeto de vocês, eu gostaria de chamar atenção agora para todas as mulheres, faça uma auto avaliação da vida de vocês aí. Entenda, em Luís Eduardo Magalhães existe o projeto Borboleta o telefone 7799701 1617. Para que possa buscar orientação caso você venha sofrendo algum tipo de abuso dentro da sua casa então qual é avaliação que a senhora faz do projeto borboleta e toda assistência que vocês prestam a essas mulheres em Luís Eduardo Magalhães

Dr flavia Rizkala – Então Adê, até a semana passada nós temos contabilizado 338 mulheres atendidas de marco de 2017 até a semana passada já houveram outros casos, como você mesmo ficou esperando sair um caso aqui nós não contabilizamos, nós também trabalhamos com prevenção o projeto tem essa intenção a gente também realiza palestra em escola, em hospitais, em igrejas e centros comunitários. Até para os idosos amanhã a nossa advogada vai falar sobre violência ao idoso, então o programa também aceita convites para trabalhar nas comunidades, trabalhar a prevenção. No ultimo Sábado mesmo, eu dei um treinamento para 30 professores da Escola Estadual Maria Otília. Por que a violência esta em todos os em todos os lugares independe da condição financeira, social, de cor e de raça a violência em Luís Eduardo infelizmente ainda é o número altíssimo.

Adê Cerrado – Qual é o conselho que você dá para essas mulheres que hoje está sofrendo esse tipo de agressão, Doutora.

Dr flavia Rizkala – denuncie saia dessa e vá ter uma vida diferente, porque você merece viver, não se cale.

Adê Cerrado – vou agradecer aqui mais vez à entrevista da Dra. Deise e a Doutora Flávia aqui no projeto borboleta. Então se você ficou interessada, se você vive algo parecido na sua casa ou seu vizinho, a sua vizinha, você pode buscar ajuda pelo 77997011617. Obrigado pela atenção de todo mundo e que as mulheres não se CALEM.

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