Alceu Moreira: ‘O agronegócio, com o coronavírus, é o menos afetado’ Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil Apesar disso, o presidente da FPA destaca que certos setores estão sofrendo com a restrição de feiras livres, falta de peças para reposição de maquinário e fechamento de comércio nas estradas. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), afirmou que a pandemia do novo coronavírus não […]

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Apesar disso, o presidente da FPA destaca que certos setores estão sofrendo com a restrição de feiras livres, falta de peças para reposição de maquinário e fechamento de comércio nas estradas.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), afirmou que a pandemia do novo coronavírus não vai provocar escassez de alimentos no Brasil, mas o setor sofre pontualmente no abastecimento de alguns locais, com o fechamento de setores da economia provoca alguns problemas logísticos.

Ele citou, por exemplo, a restrição a feiras, a falta de peças de reposição e o fechamento de oficinas, o que impede o conserto de caminhões envolvidos no transporte de alimentos pelo país. 

Segundo Moreira, soluções provisórias vêm sendo encontradas por meio de diálogo com as prefeituras. Algumas já entregam a merenda escolar dos estudantes em casa. Já a demanda pelos restaurantes que estão fechados é resolvida parcialmente com a entrega em domicílio.

“Alguma coisa se perde, não tem como não perder no início, mas logo depois o mercado vai se adaptando. De modo geral, o agro, com o coronavírus, é o menos afetado. (…). Então, eu acho que o agro continua plantando, continua colhendo, continua trabalhando e nós certamente não teremos problemas de abastecimento”, disse.

Importações e o coronavírus

O deputado salientou que o setor frigorífico no Brasil, por exigências da legislação, em geral, já tem assepsia que assegura a não contaminação do alimento com coronavírus. Ele afirma que cerca de vinte países reduziram o volume de importações do Brasil, com variações de queda entre 4% e 20% nas vendas do país para essas nações. Apesar disso, o fato por enquanto não representa um problema porque a China, principal cliente do país, aumentou o volume de compras de produtos da cadeia agroindustrial brasileira em 3%.

“E como nós exportamos 80% do que produzimos pra China, os 3% que aumentaram de importação da China é maior do que todo o volume que reduziu dos outros países. Então, por enquanto, nós não temos esse problema. Estamos com condições de continuar exportando, e, por enquanto, o que está acontecendo com o coronavírus é que também um grupo de países que visitamos e que estavam pendentes de abertura do comércio, principalmente de carne bovina, suína e frango, vão abrir os seus mercados para o Brasil exportar. Então o agro brasileiro, em relação ao mercado internacional, vai ter na verdade crescimento ao invés de redução”, observou.

Impasse com a China

Segundo o deputado, setores do governo brasileiro podem ter discordâncias em relação ao regime chinês, mas a manifestação pública disso é contraproducente. Para o presidente da FPA, que tem 243 deputados e 39 senadores, a reação do governo da China mostra que o país não deseja ficar com a marca de responsável pela crise sanitária mundial.

A China, segundo o deputado, é pragmática comercialmente e não vai deixar de comprar o volume produzido pelo Brasil. O que pode acontecer é o país perder a preferência, em caso de algum outro país oferecer o mesmo produto com a mesma qualidade pelo mesmo preço. Por isso, para o deputado, o Brasil não ganha nada em brigar com a China.

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