Brasileiro está comendo menos carne bovina com a quarentena Foto: Francielle Bertolacini/Canal Rural Em algumas distribuidoras de proteína animal, a queda nas vendas já chegou a 40%; preço nos açougues não está nada atrativoCOMPARTILHE NO WHATSAPP09 de abril de 2020 às 18h02Por Flavia Macedo, de São Paulo A crise econômica causada pelo coronavírus já começa a ser sentida também pela indústria da carne. As […]

Foto: Francielle Bertolacini/Canal Rural

Em algumas distribuidoras de proteína animal, a queda nas vendas já chegou a 40%; preço nos açougues não está nada atrativoCOMPARTILHE NO WHATSAPP09 de abril de 2020 às 18h02Por Flavia Macedo, de São Paulo

A crise econômica causada pelo coronavírus já começa a ser sentida também pela indústria da carne. As vendas no atacado e no varejo da carne bovina despencaram. Por conta da baixa na demanda, diversas plantas frigoríficas espalhadas pelo país já fecharam as portas. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), já são 11 unidades paralisadas.

Além dos bares, restaurantes e fast foods continuarem fechados, o que automaticamente já reduz a demanda, o preço da carne nos açougues também não está nada atrativo. O valor do frango e do porco caíram, enquanto o boi continua mais caro.

O impacto dessa redução no consumo de carne bovina pelos brasileiros é refletido com a baixa nas revendedoras. Segundo Carlos Iorio, diretor de uma das principais distribuidoras do estado de São Paulo, a queda nas vendas já chegou a 40%. Antes da crise, as compras eram feitas semanalmente, mas agora, com as incertezas, é preciso comprar a cada dois dias para não perder produto.

“No início da quarentena, teve um ‘boom’ nas vendas, todo mundo correu para estocar carne. Mas agora as pessoas estão mais contidas. Estamos comprando aos poucos e tenho pegado carne de lugar mais perto, carne menos viajada como a gente fala, pois com esse processo que estamos passando não dá para arriscar”, comenta.

A preocupação do setor é na outra ponta da cadeia produtiva da carne. “O problema não são os frigoríficos. O pecuarista quer agregar valor na arroba do boi dele, porque sabe que na exportação ele chega nesse preço. Mas a carne que o mercado interno consome é a mesma, então o negócio trava”, acrescentou Iorio.

Essa também tem sido a dificuldade do Fernando Oliveira, diretor de uma distribuidora de carnes no Rio de Janeiro. A empresa já registrou uma queda de 30% nas vendas.

“O preço do boi não baixa, consequentemente, os frigoríficos têm que repassar e nós também não conseguimos vender com esse valor. Está todo mundo com dificuldade. E ainda para ajudar o preço do frango e do porco estão bem mais atrativos, então a população não vai pagar a mais para comer carne de boi”, destacou.

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