Barreiras-BA: A rotina de famílias que vivem sem energia elétrica, em pleno 2021. Sem geladeira, nem televisão. A luz vem da lamparina e a notícia do radinho de pilha. Tudo isso em plena Bahia, no final do ano de 2021. A vida de quem não tem acesso à energia elétrica ainda é realidade. Cerca de 30 famílias vivem sem energia elétrica, em uma comunidade há cerca de 51 KM de Barreiras, […]

Sem geladeira, nem televisão. A luz vem da lamparina e a notícia do radinho de pilha. Tudo isso em plena Bahia, no final do ano de 2021. A vida de quem não tem acesso à energia elétrica ainda é realidade. Cerca de 30 famílias vivem sem energia elétrica, em uma comunidade há cerca de 51 KM de Barreiras, entre as Cidades de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, próximo a fazenda Marfim.

Nas comunidades conhecidas como Condomínios Rio de Pedras e Jardim do Édem (Alfredo Mendes), em Barreiras-BA, cerca de trinta famílias vivem na escuridão. Alguns resolveram sair do local e abandonaram as suas casas, outros adotaram a lamparina e o pote.

Dona Maria conta que, no desejo de voltar a morar na zona rural, comprou um terreno no condomínio Rio de Pedras, em 2015. Ao todo, investiu R$ 60 mil num pequeno pedaço de chão, onde poderia voltar a cultivar suas plantas, frutas e legumes. O que era sonho — voltar a morar no campo — se tornou pesadelo.

A agricultora e outras famílias de lá amargam, há mais de cinco anos, a ausência de energia elétrica. “Eu sabia do problema, mas achei que esse problema iria ser resolvido rápido, até mesmo porque a COELBA veio aqui no inicio, fez o projeto Luz para Todos e até hoje, nada”, confessa Dona Maria.

Sem energia, a rotina dos moradores é diferente. Alguns, passam o dia na casa de familiares, nas cidades de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, inclusive, para garantir o ensino remoto de crianças, que têm que aprender por meio das tecnologias. No caso de Maria, opta por ficar na casa da filha, onde espera o seu celular fazer recarga. “É muito complicado”, admite.

Seus aparelhos eletrodomésticos, como geladeira, televisão, liquidificador, também foram deixados lá. “Sem água gelada eu já me acostumei. Coloca nos potes e numa garrafa térmica”, detalha. Ainda se ressente de assistir seus programas e telejornais preferidos, não larga o inseparável rádio para se manter informada. É seu entretenimento. “O radinho de pilha dura é muito”, comemora. 

Sem luz artificial, utiliza da velha lamparina. “Eu já até me acostumei. Como nasci e me criei na roça, é mais fácil”, confessa. A situação é similar ao seu vizinho, o agricultor Clodoaldo Batista, que convive com a falta de energia elétrica há quase cinco anos. “Também acendo uma lamparina, faço um fogo a noite. Quando quero carregar o celular, vou para casa do outro vizinho que tem uma placa solar. Não dá pra ter uma geladeira”, desabafa. Ele mora com mais duas pessoas.  

O pedido de instalação de energia elétrica, foi feito junto à COELBA por vários moradores, há mais de quatro anos. Na época, segundo João Batista. “Em três meses falaram que colocaria os postes”, lembra. ACESSO À ENERGIA ELÉTRICA: UM DIREITO SOCIAL. 

A universalização dos serviços públicos de energia elétrica foi estabelecida em 26 de abril de 2002, pela Lei nº 10.438. Com isso, garantiu o serviço sem ônus de qualquer espécie para o solicitante. Além disso, desde 2017, tramita no Senado Federal uma Proposta de Emenda à Constituição, de nº 44, que torna o acesso à energia elétrica um direito social.

Fonte: Blog Bahia

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