Cristópolis: Merenda escolar nutritiva e sustentável – Abapa realizou com sucesso a primeira oficina de segurança dos alimentos e compostagem, em Cristópolis/BA.     Imagine ter a horta e os canteiros da escola sempre verdinhos, sem gastar um centavo com adubo? Essa foi só uma das possibilidades que foram apresentadas na capacitação que a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), em parceria com o SENAI, ofereceu às merendeiras das escolas no município de Cristópolis. O manuseio […]

 

 

Imagine ter a horta e os canteiros da escola sempre verdinhos, sem gastar um centavo com adubo? Essa foi só uma das possibilidades que foram apresentadas na capacitação que a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), em parceria com o SENAI, ofereceu às merendeiras das escolas no município de Cristópolis. O manuseio dos alimentos também esteve em foco nesta oficina, visando o preparo higiênico, de qualidade e seguro da merenda escolar. A capacitação em Cristópolis reuniu 23 alunos e foi a primeira de uma série que Abapa planeja executar, com a parceria do SENAI e das Prefeituras Municipais do Oeste da Bahia, que encampam o programa educacional Conhecendo o Agro.

 

A compostagem é uma técnica segura e sustentável que replica, em condições controladas, o processo natural de decomposição da matéria orgânica. Seu resultado é um adubo rico em nutrientes, com cheiro agradável, que lembra o aroma das florestas, e que contribui para reduzir significativamente os resíduos provenientes das cozinhas das escolas, como cascas de frutas, verduras e ovos, borra de café e outros, de origem vegetal. Esse material que antes era visto apenas como lixo, passa pela ação de micro-organismos e seres invertebrados, como as minhocas, e pode ser utilizado nas pequenas lavouras, sem custo e com grandes vantagens ambientais. Já a oficina de segurança dos alimentos visa ao enriquecimento nutricional e aprimoramento das técnicas de preparo da merenda escolar, de modo a evitar contaminações químicas e microbiológicas, que podem ser muito danosas.

 

“O Conhecendo o Agro é um programa que ilustra bem o que, na Abapa, nos propomos a fazer, que é ir além das demandas diretamente ligadas à produção de algodão e aos interesses do produtor. A preocupação com o desenvolvimento do nosso entorno é uma diretriz da associação, e acreditamos que o investimento em educação e em capacitação de pessoas é a chave para o desenvolvimento pessoal e comunitário”, afirma o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi.

 

A experiência piloto

 

 A primeira oficina realizada também teve o papel de servir de referência para as próximas que a Abapa pretende executar, em caso de interesse por parte das prefeituras municipais. Para o secretário de Educação de Cristópolis, Flávio Vasco Araújo, a iniciativa era “o que faltava para o aprimoramento da Merenda Escolar”. A Prefeitura de Cristópolis, já com diversas parcerias com a Abapa, demandou a realização da capacitação, que acabou inspirando a ampliação do projeto para outras prefeituras. “Envolveu também as equipes de Educação Ambiental, pois queremos alinhar a merenda à sustentabilidade”, disse o secretário.

 

O conteúdo programático da capacitação abrangeu, dentre uma grande lista de conteúdos, o conceito de segurança dos alimentos, normas e legislação, contaminação química, física e microbiológica, limpeza e sanitização – para o módulo de segurança dos alimentos–, além das técnicas, utensílios e tipos de resíduos utilizados na compostagem.

 

Público ampliado

 

Apesar do foco da oficina ser majoritariamente a capacitação de merendeiras, a ação despertou o interesse de profissionais de áreas afins, como a estudante de Nutrição da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Thalia Liliane Damasceno. “A oficina ofertada se encaixou perfeitamente no meu Trabalho de Conclusão de Curso, que é voltado para hortas escolares. Minha abordagem é sobre como esses cultivos na escola podem influenciar o comportamento nutricional dos estudantes”, afirma.  

 

Aldy Prado Oliveira é secretária no Colégio Eliezer José Gonçalves e já praticava a compostagem de uma maneira empírica em sua casa. “Agora, com a teoria e a prática adquiridas na oficina, posso aprimorar a técnica”, comemora.

 

O instrutor do SENAI que ministrou a parte da oficina referente à compostagem, Silmarques Nunes, conta que, durante a capacitação, uma composteira foi montada, e a partir daí os alunos vão dar seguimento aos processos de checagem da umidade e da maturação do composto, que resulta do balanceamento entre o carbono e o nitrogênio. “Em torno de 45 dias depois, eles podem ter um fertilizante natural de excelente qualidade”, diz.

 

11 de maio de 2022

 

Catarina Guedes – Assessora de Imprensa

 

 

 

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