O bom desempenho do agronegócio, a resiliência do setor de serviços e a boa performance dos segmentos mais expostos à transferência de renda por parte do governo contribuíram para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre. Os dados oficiais serão divulgados nesta quinta-feira (1.°) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e estimativas apontam para uma expansão de mais de 1% em relação ao último trimestre de 2022.
O banco Itaú e a corretora XP Investimentos projetam avanço de 1,4%. O Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV), enquanto isso, estimou crescimento de 1,6% na atividade econômica no primeiro trimestre de 2023, comparativamente aos últimos três meses de 2022.
“O expressivo desempenho da agropecuária é o principal responsável pelo crescimento. Além disso, destaca-se também o desempenho positivo dos serviços, com crescimento em praticamente todas as suas atividades, o que sinaliza certa resiliência deste setor no início de 2023”, diz a coordenadora da pesquisa da FGV, Juliana Trece.
Ela aponta, entretanto, que é importante destacar que o crescimento da agropecuária foi bastante concentrado e não deve manter o mesmo ritmo ao longo do ano. “A forte contribuição da produção de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura foram cruciais para o crescimento do PIB no primeiro trimestre”, complementa.
Números do BC também sinalizam para um bom desempenho da economia brasileira no início do ano. No primeiro trimestre, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) variou 2,4% sobre o último trimestre de 2022.
O governo federal conta com um avanço do PIB de 1,2% no primeiro trimestre, segundo projeção da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda. O número é mais baixo que o projetado por algumas instituições privadas. Por outro lado, a SPE recentemente elevou sua estimativa para o PIB do ano todo de 1,6% para 1,9%, nesse caso bem acima das expectativas do mercado financeiro, que sinalizam para uma alta de 1,26%, segundo o boletim Focus, do BC.
“O aumento do crescimento esperado para este ano reflete a divulgação de indicadores econômicos com resultados melhores do que os projetados para o primeiro trimestre e para o início do segundo”, informa a secretaria.
Fonte: redação