Neste domingo, os venezuelanos irão às urnas para participar de um referendo popular convocado pelo presidente Nicolás Maduro. Uma das questões que será consultada é sobre a defesa da soberania da Venezuela sobre a região de Essequibo, uma área de 159 mil quilômetros quadrados que é disputada com a Guiana e que possui grandes reservas de petróleo.
Maduro usa referendo sobre Essequibo como uma forma de mobilizar a sua base eleitoral e de desviar a atenção dos graves problemas econômicos e sociais que o país enfrenta. Ele também tenta enfraquecer a oposição, que se recusa a participar do referendo por considerá-lo ilegítimo e inconstitucional.
A questão de Essequibo é um conflito histórico entre Venezuela e Guiana, que remonta ao século XIX, quando a Grã-Bretanha, então potência colonial da Guiana, arbitrou a fronteira entre os dois países. Em 1966, foi assinado o Acordo de Genebra, que reconheceu a controvérsia e estabeleceu mecanismos para a sua resolução pacífica.
No entanto, em 2015, a empresa americana Exxon Mobil descobriu um grande campo de petróleo na costa de Essequibo, o que reacendeu a disputa. A Guiana levou o caso à Corte Internacional de Justiça (CIJ), que em dezembro de 2020 decidiu que tinha jurisdição para julgar o conflito. A Venezuela rejeitou a decisão da CIJ e afirmou que iria defender a sua soberania por todos os meios.
A escalada da tensão entre Venezuela e Guiana preocupa os países vizinhos, especialmente o Brasil, que tem uma longa fronteira com ambos. O governo brasileiro reforçou a sua presença militar na região norte e manifestou o seu apoio à solução pacífica do conflito, respeitando o Acordo de Genebra.
Os Estados Unidos
Os Estados Unidos também estão atentos à situação e enviaram representantes de alto nível para a Guiana, onde ofereceram ajuda econômica e militar. Os EUA são aliados da Guiana e adversários de Maduro, a quem acusam de violar os direitos humanos e de apoiar o terrorismo.
O referendo de Maduro sobre Essequibo é visto como uma manobra política para tentar ganhar apoio interno e externo, mas também como um risco de provocar uma crise regional. A região de Essequibo é rica em recursos naturais, mas também em conflitos potenciais.
FONTE: REDAÇÃO