Um ajuste nas regras da aposentadoria dos trabalhadores rurais, que ficaram de fora da Reforma da Previdência de 2019, proporcionaria, em 30 anos, uma economia de R$ 900 bilhões aos cofres federais. A mudança mais importante seria a equiparação da idade mínima de aposentadoria, hoje menor para quem trabalha no campo, propõe um estudo publicado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre a necessidade de novas alterações na Previdência para reequilibrar o sistema de aposentadorias e pensões.
A economia seria obtida no futuro, sem mexer com as regras para quem já recebe o benefício. Hoje, 99% dos trabalhadores rurais recebem um salário mínimo, segundo o Ministério da Previdência Social.
De 2013 a 2022, o rombo acumulado na aposentadoria rural é de R$ 1,1 trilhão, em valores nominais. Mudar esse sistema é um dos ajustes necessários em novas reformas, segundo o economista Fabio Giambiagi, pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre) e especialista em contas públicas, um dos autores do artigo.
Mesmo com os efeitos iniciais da emenda à Constituição de 2019, o INSS, órgão federal responsável pela Previdência do setor privado, gastou o equivalente a cerca de 8% do PIB em aposentadorias e pensões em 2022, ante uma despesa pouco acima de 3% do PIB, no início dos anos 1990. Sem novas reformas, esse gasto aumentará. E ainda será impulsionado pelos reajustes do salário mínimo, indexador de boa parte dos benefícios pagos pelo INSS, lembra Giambiagi, que é colunista do GLOBO.