As ações foram concentradas na região Oeste da Bahia com o objetivo de combater as atividades de degradação do Rio São Francisco e seus afluentes, e minimizar os impactos para a população que vive na região da bacia do Velho Chico.
A Operação denominada FPI – Fiscalização Preventiva Integrada, em sua 45ª edição, foi realizada entre o final de novembro e início de dezembro e as equipes estiveram em treze cidades do oeste da Bahia. Vários crimes e irregularidades foram flagrados durante a operação que contou com a participação de 30 órgãos federais e estaduais, incluindo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Coordenada pelo Ministério Público da Bahia, através do Núcleo de Defesa da Bacia do São Francisco (NUSF), pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (SUDEC-BA), a 45ª FPI ocorre seis anos após a última edição na região.
Foram visitados Barreiras, Angical, Baianópolis, Catolândia, Cotegipe, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Luís Eduardo Magalhães, Mansidão, Riachão das Neves, Santa Rita de Cássia, São Desidério e Wanderley.
As equipes abordaram questões relacionadas ao saneamento básico, desmatamento, abate clandestino, casa de comércio de agrotóxicos, propriedades rurais, extração mineral, indústria cerâmica, transporte de produtos florestais, áreas de preservação e reserva legal, fauna, patrimônios cultural e espeleológico, segurança do trabalho e comunidades tradicionais.
Durante as incursões, os agentes federais apreenderam dez armas de fogo e outras dezenas de armadilhas utilizadas na caça predatória de animais silvestres, além de certa quantidade de munições. Foram recuperados quatro veículos e três pessoas foram presas em flagrante delito, por crime de receptação de veículos roubados.
Merece destaque o resgate de 321 animais silvestres, sendo que 03 deles estavam mortos (abatidos). Vale ressaltar que é crime a caça predatória, o tráfico e a criação ilegal de animais silvestres. Ao todo 07 pessoas assinaram termo circunstanciado de ocorrência (TCO) comprometendo-se a comparecer ao Juizado Especial Criminal para responderem pelos delitos previstos na Lei de Crimes Ambientais.
Nesta edição da FPI a equipe Fauna realizou também diversas palestras em escolas públicas da zona rural dos municípios visitados e em outras instituições de ensino alcançando mais de 1500 pessoas com o tema A criação ilegal de animais silvestres e suas implicações.
Além das ações de Fauna que tiveram como objetivo coibir a degradação do São Francisco e seus afluentes, a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) também realizou atividades voltadas às comunidades, empresas e setores do poder público local sendo abordados outros temas de interesse coletivo relacionados ao meio ambiente.
Os animais resgatados foram triados, alimentados e tratados por equipes de veterinários e biólogos do CRMV/BA, da ONG Animallia e contou com o apoio de alunos e professores do curso de veterinária da UNEB, em Barreiras. Cento e quatro animais que tinham condições de serem reinseridos na natureza foram soltos em seus habitats ainda durante a operação. Os demais foram enviados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), onde passarão por um processo de reabilitação para voltarem à liberdade. O retorno ao habitat natural nem sempre é um processo rápido. Além de tratar a saúde, os animais precisam reaprender funções básicas como voar e caçar.
Os resultados das atividades de combate a crimes ambientais foram apresentados em Audiência Pública, realizado na última sexta-feira (06) no auditório da Câmara Municipal de Barreiras.
Fonte: PRF