Megaoperação na Penha e no Alemão tem 64 mortos e ao menos 80 presos no Rio de Janeiro A força-tarefa mira criminosos que integram o Comando Vermelho (CV) – uma das maiores facções do Brasil A megaoperação da forças de segurança pública nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, contabiliza 64 mortos e ao menos 81 presos, de acordo com balanço mais recente do governo carioca. A força-tarefa mira […]

A força-tarefa mira criminosos que integram o Comando Vermelho (CV) – uma das maiores facções do Brasil

A megaoperação da forças de segurança pública nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, contabiliza 64 mortos e ao menos 81 presos, de acordo com balanço mais recente do governo carioca. A força-tarefa mira criminosos que integram o Comando Vermelho (CV) – uma das maiores facções do Brasil.

Conforme o governo do Rio, 81 criminosos foram presos e 75 fuzis foram apreendidos. Dentre os mortos na operação, quatro são policiais. Os outros 60, de acordo com o governador Cláudio Castro (PL), são suspeitos de integrarem o tráfico de drogas e armas na cidade.

Em coletiva à imprensa, o governador afirmou que trata-se da maior operação da história do estado. “Temos mais de 2.500 homens escalados, trabalhando nos Complexos do Alemão e da Penha, em uma área de 9 milhões de metros quadrados que corresponde a duas vezes o bairro de Copacabana”, disse em coletiva.

Castro ainda classificou os alvos da operação como ‘narcoterroristas”. “É uma guerra que está passando dos limites, é uma luta que já extrapolou toda a ideia de segurança”, acrescentou Castro. A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quitungo”, foi preso na área da Chatuba da Penha. “Ele é apontado como 01 da comunidade do Quitungo, na mesma região”, informou a corporação.

A operação, chamada de contenção, tem a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). O órgão, inclusive, denunciou 67 pessoas pelo crime de associação para o tráfico, e três homens também foram denunciados por tortura.

“A operação é resultado de investigação sobre as principais lideranças do Comando Vermelho no Complexo da Penha. De acordo com o GAECO/MPRJ, por estar localizado próximo a vias expressas e ser ponto estratégico para o escoamento de drogas e armamentos, o complexo de favelas se tornou uma das principais bases do projeto expansionista da facção criminosa, especialmente em comunidades da região de Jacarepaguá”, destacou o MP.

O principal alvo é Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca. O homem é apontado como a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em outras comunidades da Zona Oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento.

Onde acontece?

Agentes das forças de segurança do estado do Rio de Janeiro entraram de madrugada nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade, a bordo de 32 veículos blindados. Entre os equipamentos utilizados pelos policiais estão ainda drones, dois helicópteros e 12 veículos de demolição, além de ambulâncias.

Quais são as forças de segurança envolvidas?

Por parte da Polícia Civil, participam da operação agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), delegacias especializadas, distritais e o Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e Subsecretaria de Inteligência. Da Polícia Militar participam o Comando de Operações Especiais (COE) e unidades da capital e da região metropolitana.

Quantas pessoas foram presas até agora?

O último balanço do governo carioca indica 81 pessoas presas e quase uma centena de fuzis apreendidos. No local, foi apreendida “uma grande quantidade de drogas”, segundo o governador do estado, Cláudio Castro, sem dar mais detalhes. Durante a operação, a Polícia Civil prendeu Thiago do Nascimento Mendes, o “Belão do Quintungo”, apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.

Outro alvo, de acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), é Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca” ou “Urso”. O órgão diz que ele é a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em outras comunidades da zona oeste do Rio, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) denunciou Doca e outras 66 pessoas pelo crime de associação para o tráfico. Três deles também foram denunciados por tortura.

Ele é investigado por mais de 100 homicídios, incluindo execuções de crianças e desaparecimentos de moradores. Havia 34 mandados de prisão em aberto contra o traficante, de acordo com dados do Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP). Doca é apontado como o mandante da execução de três médicos na zona sudoeste do Rio em outubro de 2023. As vítimas foram mortas por engano porque um deles foi confundido com o verdadeiro alvo dos criminosos.

Quantas pessoas morreram?

Até a publicação desta matéria, havia confirmação de 64 mortos, entre traficantes e policiais. Trata-se da operação mais letal da cidade. Do total de vítimas, ao menos 60 são apontadas pela polícia como suspeitas de serem criminosas. Além disso, dois policiais civis e dois policiais militares também morreram na ação. O número exato de mortos ainda está sendo contabilizado.

Maior operação da história

De acordo com Cláudio Castro, essa é a maior operação da história das forças de segurança do estado. “Uma operação que teve início no cumprimento de mandados judiciais, mais de um ano de investigação, mais de 60 dias de planejamento. Uma operação do estado contra narcoterroristas – quem faz o que eles fazem são narcoterroristas. Já temos relatos de tentarem fechar a avenida Brasil e outras vias para desviar a atenção. Há grande possibilidade de lideranças encurraladas, detidas ou neutralizados”, afirmou o governador.

200 mil impactados

A megaoperação afeta mais de 200 mil moradores, impactados por escolas fechadas, ônibus desviados e unidades de saúde com atendimentos suspensos, segundo a Assembleia Legislativa do Estado (Alerj).

Bombas lançadas por drones e barricadas

Os policiais foram recebidos pelos criminosos com bombas lançadas por meio de drones. “É assim que a polícia do Rio de Janeiro é recebida por criminosos: com bombas lançadas por drones. Esse é o tamanho do desafio que enfrentamos. Não é mais crime comum, é narcoterrorismo”, declarou Cláudio Castro em publicação no X.

Além das bombas, diversas barricadas foram colocadas nas vias pelos criminosos para impedir a entrada das forças policiais, incluindo caminhões atravessados nas ruas e pneus em chamas.

Vias interditadas

A Polícia Militar suspendeu o expediente administrativo e colocou todos os batalhões de prontidão, com orientação para reforçar o policiamento nas principais vias e áreas de grande circulação. Dezenas de escolas suspenderam aulas, protocolo que também foi adotado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

 

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