Redes sociais: “Desafio da Rasteira”: youtuber pede desculpas por modinha que pode matar Youtuber Fuinha derrubando a mãe Imagem: Reprodução “Desafio da Rasteira”. A modinha de passar a perna para derrubar outra pessoa viralizou nos últimos dias após o youtuber brasileiro Robson Calabianqui dar uma rasteira na própria mãe e postar na internet. Muitos acharam divertido e começaram a repetir. Então, especialistas alertaram que a perigosa brincadeira pode até […]

Youtuber Fuinha derrubando a mãe Imagem: Reprodução

“Desafio da Rasteira”. A modinha de passar a perna para derrubar outra pessoa viralizou nos últimos dias após o youtuber brasileiro Robson Calabianqui dar uma rasteira na própria mãe e postar na internet. Muitos acharam divertido e começaram a repetir. Então, especialistas alertaram que a perigosa brincadeira pode até levar à morte. Diante da repercussão negativa, o youtuber, que é conhecido como Fuinha e tem mais de 2 milhões de seguidores, retirou o vídeo do ar e fez um pedido de desculpas publicamente.

Como influenciador, eu errei. Como humorista, eu falhei. Eu peço desculpas para todos vocês. Então quero pedir de coração que não propagem esse vídeo

Em um vídeo publicado no YouTube, Instagram e TikTok, ele ainda lembrou que a brincadeira sem graça poderia ter sérias consequências para sua própria mãe.

“O vídeo, até certo ponto, parece engraçado, mas vocês sabiam que eu poderia ter perdido a minha mãe por causa desta brincadeira? Ela poderia ter batido a cabeça e sofrido um traumatismo craniano ou qualquer uma outra lesão irreversível para a vida dela. Por conta disso, estou muito arrependido por ter postado esse vídeo. Em nenhum momento eu pensei que ele seria um viral dessa proporção”, afirmou Fuinha.

No Instagram, alguns fãs saíram em defesa do youtuber. “O melhor de tudo é ter a capacidade de reconhecer que foi errado e pedir desculpas”, afirmou uma internauta.

“Você é uma pessoa incrível que eu tenho o privilégio de conhecer mais de perto e sei que essa brincadeira foi mais uma das suas bagunças totalmente sem intenção, mas poderia, sim, ter dado ruim”, acrescentou outra.

Nem todo mundo concordou com a atitude de Fuinha. Alguns fizeram duras críticas. “Queria ver se tivesse acontecido algo com sua mãe, desculpas seriam o suficiente para você?! E por que o vídeo ainda continua aqui, por que não apaga?”, questionou outro jovem.

“E agora que você descobriu que essa “brincadeira” é uma coisa realmente muito SÉRIA e que podia causar todos esses danos??? Uma coisa muito muito sem noção para se fazer com qualquer pessoa, inclusive com a própria mãe”, comentou outra jovem.

Entenda o “Desafio da rasteira”

Trata-se de uma espécie de jogo, que acontece com três pessoas. Quem está no meio é a vítima — na maioria dos casos, ela não sabe o que está por vir. Ela precisa dar um pulo. Enquanto ela ainda está no ar, as duas pessoas do lado a derrubam com uma rasteira. Ao cair de costas no chão, a vítima pode bater a cabeça e a coluna.

Em entrevista ao VivaBem, o médico ortopedista especializado em coluna André Evaristo ressaltou que o golpe pode causar fraturas e lesões. As consequências futuras envolvem dor crônica, hérnia de disco traumática e até mesmo fraturas com lesão medular, o que poderia causar perda de movimentos. Uma possível hemorragia intracraniana também é um risco real.

Especialistas alertam que o desafio não deve ser feito e que pais e responsáveis devem orientar os seus filhos quanto aos perigos da “brincadeira”.

Pânico e fake News ajudam a potencializar o problema

O medo de pais e responsáveis diante dos riscos é inquestionável. Mas o pânico desenfreado tem aumentado o problema no lugar de resolvê-lo.

Vários vídeos mostrando crianças e adolescentes repetindo o “desafio da rasteira” começaram a circular em grupos do WhatsApp com a ideia de alertar as pessoas. No entanto, isso tem saído do controle e resultando em um surto coletivo.

Muitas informações falsas têm acompanhado esses vídeos. Montagens, exemplos de fora do Brasil e casos fatais de estudantes que não fizeram o desafio são alguns exemplos.

Além disso, há o aspecto do Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbe que imagens de crianças e adolescentes sejam expostas sem a devida autorização. Logo, o compartilhamento desses vídeos acaba ferindo a proteção desses jovens.

Como bem lembrou a jornalista, mãe e blogueira Lia Bock, dar rasteiras nos conhecidos não é novidade. A prática só ganhou outro nome e ganhou foco por ter sido publicada na internet disfarçada de brincadeira. Com as redes sociais, tudo se espalhou em uma proporção gigantesca.

Além de ser importante refletir sobre o desafio em si, é necessário ter uma análise mais profunda também sobre o papel dos pais e responsáveis na educação digital dos filhos. Então, não adianta sair por aí compartilhando esses vídeos se não houver orientações sobre isso.

“É também um problema mais profundo que vem da falta de maturidade e responsabilidade desses jovens em ter uma câmera ligada no wifi e nas redes sociais 24 horas por dia. Precisamos entender que esses celulares, que nos convencemos serem tão importantes para eles poderem se locomover e avisar onde estão, são também armas em potencial – e o “desafio da rasteira” é só um dos tipos de munição de sal dele (…) É preciso que nos responsabilizemos pela educação digital dessa turma que se acha muito esperta”, afirmou Bock, que é mãe de quatro filhos.

De Tilt, em São Paulo

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