Uma família denunciou um hospital de Salvador por erros médicos, após um aparelho ter sido desligado durante a cirurgia de um idoso de 66 anos. O paciente teve parada cardíaca na operação e está em coma há cerca de um mês.
O caso aconteceu no Hospital Teresa de Lisieux no dia 15 de junho. Em nota enviada à TV Bahia, a unidade lamentou o caso e informou que abriu uma sindicância para apurar os fatos para identificar as responsabilidades.
A família fez uma denúncia no Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), que confirmou que recebeu a queixa. A Polícia Civil também investiga o caso.
Miguel Oliveira Nascimento deu entrada na unidade de saúde em junho, após sentir dores no ombro. Ele passou por exames, uma fratura foi identificada e, por isso, o idoso foi submetido a uma cirurgia em 12 de junho.
A cirurgia correu bem, mas para surpresa da família, os médicos informaram que um novo procedimento precisaria ser feito.
Por isso, no dia 15 de junho, o idoso passou pela segunda cirurgia. Segundo Priscila Vencimento, filha do paciente, durante o procedimento ele ficou sem ventilação porque uma máquina foi desligada.
“O anestesista relatou que meu pai tinha tido uma parada, mas que já tinham reanimado ele. Ele disse que o carrinho tinha saído da tomada quando a técnica passou a serra elétrica. Ele me disse que meu pai sairia dali falando, mas não foi assim que entregaram meu pai”, contou.
Após a cirurgia, Miguel entrou em coma. O idoso que era ativo e saudável está internado desde então, se alimentando através de uma sonda e usando fraldas. Sem saber que estava sendo gravado, um médico teria admitido à família que um ventilador foi desligado durante a operação. Ele também teria contado que o aparelho em questão estava com problemas na carga de energia.
“O tempo que ele ficou sem oxigênio de fato no cérebro, que é o tempo de parada, foi muito rápido. Quando a gente identificou que o ventilador estava desligado, que a gente religou o ventilador. Foi naquele momento que a gente identificou a parada e já começou a reanimação”. “A gente fez um teste lá. Ele [o equipamento] ficou o dia todo carregando, ligado na tomada. Quando desconectou, saiu de 100% para 90 de imediato. Em cinco minutos saiu de 90 para 70%. Manteve 70%. Quando caiu foi pra 30 e em 25 minutos parou de funcionar. O fabricante vai olhar o que que aconteceu”, explicou.
O hospital não deu detalhes sobre o funcionamento do aparelho citado pelo médico.
Após semanas de tristeza ao ver idoso em coma, a família cobra que as autoridades apurem o caso e que a justiça seja feita.
Fonte: G1